Tipos de câncer

Síndrome de Lynch

A síndrome de Lynch é uma doença autossômica dominante, ou seja: genes são passados de pai ou mãe para filho ou filha. Está associada à predisposição hereditária para o desenvolvimento de tipos de câncer, especialmente o colorretal. Saiba mais.
4 min de leitura
por: Grupo Oncoclínicas
Síndrome de Lynch
A síndrome de Lynch é uma doença autossômica dominante associada à predisposição hereditária para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

O que é síndrome de Lynch

A síndrome de Lynch é uma doença autossômica dominante (ou seja, cujos genes são passadas de pai ou mãe para filho ou filha) associada à predisposição hereditária para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, principalmente o colorretal, o de endométrio e outros tipos de câncer digestivos e associados ao aparelho urinário. É uma das síndromes hereditárias para predisposição ao câncer mais comuns na espécie humana, sendo a principal causa hereditária de câncer colorretal no mundo. 

A doença é responsável por 2% a 3% dos casos de câncer colorretal no mundo e por 5% das ocorrências dessa neoplasia no Brasil, onde cerca de 34 mil novos casos são diagnosticados por ano.

As causas da síndrome de Lynch são mutações em genes que controlam um tipo de reparo específico quando o DNA é danificado. Pessoas portadoras da doença têm risco de 55% a 85% de desenvolver câncer colorretal até os 70 anos de idade, enquanto na população geral (indivíduos que não têm a síndrome) esse risco é de 4,5%.

Em geral, os pacientes com síndrome de Lynch que desenvolvem síndrome de câncer colorretal hereditário recebem o diagnóstico por volta dos 40 anos, e é mais provável que a lesão precursora seja um único adenoma (pólipo) – diferentemente dos múltiplos adenomas apresentados em pacientes com polipose adenomatosa familiar, a outra principal forma hereditária desse tipo de câncer.

Mulheres com síndrome de Lynch têm risco de 40% a 60% de desenvolver câncer de endométrio.

Outros tipos de câncer associados à síndrome de Lynch são de pele, de ovário, de estômago, do trato urinário, de pâncreas, de intestino delgado e de cérebro.

Sintomas e sinais de síndrome de Lynch

Os sintomas dea síndrome de Lynch estão relacionados aos tumores associados à síndrome, tais como o câncer colorretal, que apresenta como sintomas:

  • Sangue nas fezes;
  • Alteração do funcionamento do trato intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
  • Dor ou desconforto abdominal;
  • Fraqueza e anemia;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas);
  • Massa abdominal (tumoração).

Rastreamento e Diagnóstico dea síndrome de Lynch

O diagnóstico específico da síndrome de Lynch é confirmado por meio de exame genético, mas é ainda é complexo determinar quem deve receber o teste genético. Isso porque, diferentemente da polipose adenomatosa familiar, a síndrome não tem nenhuma aparência fenotípica. Sendo assim, atualmente, recomenda-se que todo indivíduo com câncer colorretal receba o rastreamento para a síndrome de Lynch. 

Os testes de rastreamento são os mais utilizados, porque são mais simples, baratos e fornecem informações valiosíssimas no planejamento do tratamento, são:

  • Imuno-histoquímica do tumor (para as proteínas da síndrome de Lynch MLH1, MSH2, MSH6, PMS2); e/ou
  • Estudo molecular da instabilidade de microssatélites (exame que permite observar se o tipo de defeito típico da síndrome de Lynch afeta as regiões que contêm múltiplas repetições de bases de DNA – chamadas de microssatélites).
  • Logo, a

A suspeita de síndrome de Lynch e as indicações de teste genético germinativo para diagnóstico (incluindo no mínimo os genes MLH1, MSH2, MSH6, PMMS2 e EPCAM) são: 

  • Câncer colorretal abaixo dos 50 anos (independente de outros fatores)
  • Câncer colorretal com deficiência das proteínas de reparo do DNA (MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2). 
  • Câncer colorretal e história familial oncológica, tais como os critérios de Amsterdam II ou parentes com câncer colorretal ou câncer associado à síndrome de Lynch; com câncer colorretal acometendo pelo menos duas gerações da família.
  • Um caso de câncer colorretal < 50 anos). 

É importante ressaltar que que uma parcela dos pacientes portadores da Síndrome de Lynch não preencherão esses critérios, e, por isso, alguns especialistas já advogam que todo paciente com câncer colorretal receba um teste genético germinativo para os genes da Síndrome de Lynch (testagem universal). 

Para os pacientes portadores da Síndrome de Lynch, recomenda-se o aconselhamento e testagem genética em cascata dos familiares de primeiro, segundo e terceiro grau.

Estratégias de redução do risco e prevenção para a síndrome de Lynch

Para os portadores da síndrome devemos discutir medidas de redução do risco do câncer colorretal, câncer de endométrio e dos demais tumores associados, tais como: 

  • Colonoscopia de vigilância a cada 1 ou 2 anos iniciando em idade jovem.
  • Rastreamento uterino com exames direcionados.
  • Endoscopia digestiva alta.
  • Discussão de estratégias de quimioprevenção com AAS (ácido acetilsalicílico).
  • Discussão sobre cirurgias redutoras de risco. 

Tratamento para a síndrome de Lynch

De forma geral, o tratamento cirúrgico de tumores associados à síndrome segue os mesmos princípios oncológicos. Em alguns cenários específicos, em vigência do diagnóstico de câncer colorretal, pode-se discutir além da cirurgia terapêutica a realização de uma cirurgia ampliada profilática (retirada de todo o intestino grosso). 

Para os pacientes com câncer de cólon estadio II, a presença da Síndrome de Lynch (com perda da expressão de proteínas do reparo por Imuno-histoquímica e/ou instabilidade de microssatélites por análise molecular) pode favorecer a não indicação de quimioterapia.

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