Linfoma e Mieloma
Os linfomas e o mieloma múltiplo estão entre os tumores hematológicos mais frequentes.
Linfoma
O termo linfoma engloba diversas doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células do sistema imunológico, de defesa do organismo. Esse sistema inclui os linfonodos, o baço, o timo, as amígdalas, a medula óssea e tecidos linfáticos intestinais e pulmonares.
Existem vários tipos de linfomas, que são classificados de acordo com a célula da qual se originam e o grau de agressividade. Os dois mais comuns são:
- Linfoma de Hodgkin: atinge principalmente os linfonodos. São mais comuns em adultos jovens e idosos.
- Linfoma não Hodgkin: se origina de alguns tipos de linfócitos, as células B, T e NK. Há mais de 20 tipos diferentes, que se apresentam de forma clinicamente distinta, além de ter própria resposta ao tratamento e prognóstico. São subdivididos em dois grupos, de acordo com o ritmo de evolução da doença e o tipo de célula presente: linfomas indolentes e linfomas agressivos.
Os linfomas que se infiltram na medula óssea costumam ser conhecidos como linfomas leucemizados.
Sintomas
Os sintomas do linfoma de Hodgkin, normalmente, dependem da localização dos tumores:
- Pescoço, axilas e virilhas: ínguas indolores
- Tórax: tosse, falta de ar e dor torácica
- Pelve e abdômen: sensação de estômago cheio e distensão abdominal
Outros sinais para se manter alerta, também em casos do linfoma de Hodgkin, são:
- Febre intermitente
- Falta de apetite
- Fadiga
- Náusea
- Suor noturno
- Perda de peso
- Prurido, coceira na pele
Fatores de risco
- Doenças genéticas hereditárias que comprometem o sistema imunológico
- Infecções crônicas
- Exposição a produtos químicos
- Infecção pelo HIV
- Uso de drogas imunossupressoras
- Histórico familiar da doença
- Ser adulto jovem, entre 15 e 40 anos, ou idoso
Detecção
O diagnóstico dos linfomas é feito através da biópsia de linfonodo ou de outro tecido afetado pela doença. Para se determinar o estágio da doença, há necessidade de biópsia de medula óssea, tomografia computadorizada de diversas regiões do organismo, ou PET-CT, Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons, que possibilita a associação do estudo morfológico e funcional/metabólico no mesmo exame.
Tratamento
O linfoma é tratado de acordo com seu tipo, o estágio da doença e a idade do paciente. A quimioterapia, normalmente, é o tratamento mais utilizado para os linfomas, com ou sem associação à radioterapia e à imunoterapia.
A radioterapia também pode ser usada de forma local para reduzir o tumor, aliviar os sintomas ou mesmo diminuir a chance de que a doença apareça novamente.
As drogas alvo moleculares têm sido usadas no tratamento dos linfomas difusos de grandes células e nos linfomas foliculares, os dois tipos mais frequentes de linfoma não Hodgkin.
Os linfomas que invadem o Sistema Nervoso Central são tratados com injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal ou ainda por radioterapia.
Prevenção e hábitos saudáveis
- Não fumar
- Moderar a ingestão de bebidas alcoólicas
- Ter uma dieta balanceada
- Fazer atividades físicas regulares
Prognóstico
A maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada com o tratamento atual. O linfoma não Hodgkin tem cerca de 80% de cura se descoberto precocemente.
Os linfomas não Hodgkin são mais frequentes que os linfomas de Hodgkin, e sua incidência vem aumentando devido à associação com a infecção pelo HIV, entre outros fatores ainda desconhecidos.
Mieloma
O mieloma é um tumor que se origina do plasmócito, um tipo de célula presente na medula óssea. Os plasmócitos têm a função de produzir os anticorpos do sistema de defesa, que combatem infecções diversas. Com a doença, eles passam a produzir anticorpos anormais.
Mieloma múltiplo é como chamamos a doença quando há inúmeros tumores nos ossos ou mesmo uma alastramento de plasmócitos anormais na medula óssea.
Sintomas
Em sua fase inicial, o mieloma pode ser assintomático. No entanto, com a evolução da doença, pode surgir uma variedade de sinais/sintomas:
- Dor nos osso — peito, costelas e costas
- Fraturas ósseas
- Perda de peso
- Febre
- Falta de apetite
- Fadiga
- Predisposição a infecções
- Anemia
- Insuficiência dos rins
- Confusão mental
- Sede excessiva
- Fraqueza
- Entorpecimentos dos braços e das pernas
- Hipercalcemia, aumento dos níveis de cálcio no sangue
Fatores de risco
- Ser homem
- Ter entre 50 e 70 anos
- Ser negro
- Histórico familiar, em primeiro grau, da doença
- Exposição à radiação
- Exposição a produtos químicos
Detecção
O diagnóstico do mieloma múltiplo pode ser feito por mielograma e biópsia da medula óssea, eletroforese de proteínas e/ou de imunoglobulinas no sangue e/ou na urina, imunofixação, radiografias simples de ossos e ressonância nuclear magnética de coluna ou de outros ossos.
Tratamento
Não há cura para o mieloma múltiplo. O tratamento foca em aliviar os sintomas, controlar o avanço da doença e promover uma melhor qualidade de vida ao paciente. A doença é tratada de acordo com o seu estágio e a idade do paciente.
Exceto em raros casos, a radioterapia e a quimioterapia devem ser evitadas antes de se determinar se o paciente pode se beneficiar do transplante autólogo de medula óssea, quando as células-tronco provêm do próprio indivíduo transplantado. Essas modalidades podem comprometer a capacidade futura de colher quantidade de células suficiente do paciente para o procedimento.
Caso não seja candidato a um transplante, além da quimioterapia e da radioterapia, há opções de tratamento que utilizam drogas alvo moleculares, para manter a divisão celular sob controle ou drogas biológicas, que restauram as defesas do organismo.
Prevenção e hábitos saudáveis
- Não fumar
- Moderar a ingestão de bebidas alcoólicas
- Ter uma dieta balanceada
- Fazer atividades físicas regulares
- Manter um peso saudável
Prognóstico
Não há cura para o mieloma múltiplo, mas nos últimos anos o prognóstico da doença melhorou muito; dando chance ao paciente para viver mais e melhor.
Pessoas com mieloma têm 15 vezes mais chances de contrair infecções; como a pneumonia, caso comum e grave para o paciente com o câncer.