Leucemia
A leucemia é o nome dado a um grupo de doenças que acomete os glóbulos brancos – células de defesa do organismo, provocando a proliferação de células jovens anormais, de maneira desordenada e exagerada, na medula óssea.
A doença se classifica de acordo com a sua evolução:
- Crônica: o câncer evolui lentamente porque as células malignas ainda têm capacidade para exercer a função dos glóbulos brancos normais. Com a multiplicação das células leucêmicas, aparecem ínguas ou infecções. Os sintomas, caso surjam, são leves e as complicações se agravam de forma gradual.
- Aguda: as células leucêmicas se multiplicam rapidamente, levando ao agravamento da doença em pouco tempo. As células malignas não conseguem fazer o trabalho das células sanguíneas normais.
Com base nessa classificação, há ainda uma divisão da doença, de acordo com o tipo de glóbulos brancos – linfoides ou mieloides, afetados:
- Leucemia linfoide crônica: atinge células linfoides e tem evolução lenta. Acomete especialmente pessoas com mais de 55 anos. É rara em crianças.
- Leucemia linfoide aguda: também atinge células linfoides, mas tem evolução rápida. É o tipo mais comum em crianças, mas pode acometer adultos também.
- Leucemia mieloide crônica: atinge células mieloides e tem evolução lenta. Ocorre, especialmente, em adultos.
- Leucemia mieloide aguda: atinge células mieloides e tem evolução rápida. Acomete adultos e crianças.
Sintomas
A leucemia, em casos crônicos, pode ser assintomática. Em outros casos, os sintomas estão relacionados à interrupção da produção de células sanguíneas normais, como:
- Anemia, que causa fadiga e palpitação
- Sangramentos das gengivas e nariz
- Manchas roxas na pele ou pontos vermelhos sob a pele
- Gânglios linfáticos inchados
- Perda de peso sem motivo aparente
- Desconforto abdominal, provocado pelo inchaço do baço ou fígado
- Dores nos ossos e nas articulações
- Dores de cabeça
- Náuseas
- Vômitos
- Visão dupla e desorientação
Fatores de risco
- Tabagismo
- Ter síndrome de down e outras doenças hereditárias
- Exposição à radiação, como dos raios X e radioterapia
- Fazer quimioterapia (algumas classes de drogas)
- Ter síndrome mielodisplásica e outras desordens sanguíneas
- Exposição ao benzeno, encontrado na fumaça do cigarro, gasolina e na indústria química
Detecção
O diagnóstico da leucemia é feito por meio do hemograma, exame de sangue, e do mielograma, biópsia da medula óssea. O mielograma consiste na punção, sob anestesia local, de um dos ossos produtores de sangue, como o osso esterno ou o osso da bacia ilíaco.
Outros exames que podem ser necessários são a tomografia computadorizada, a análise do líquido que envolve a medula espinhal e exames de sangue específicos.
Tratamento
O tratamento da leucemia é realizado em duas etapas. A primeira, conhecida como indução da remissão, tem o objetivo de destruir as células malignas com a quimioterapia. A segunda garante que focos residuais da doença sejam combatidos e é dividida em três partes:
1ª- Consolidação: tratamento com substâncias não utilizadas na indução.
2ª- Reindução: continuidade da administração dos medicamentos usados anteriormente na etapa de indução.
3ª – Manutenção: terapia mais leve e regular, que dura meses.
Em alguns casos, o paciente precisa ficar internado porque há uma queda natural dos glóbulos brancos, de defesa do organismo, com o tratamento.
A quimioterapia tem historicamente os melhores resultados na eliminação dos blastos, como são conhecidas as células doentes. O tipo e a intensidade do tratamento quimioterápico dependem do tipo do câncer, da idade do paciente e dos tratamentos por ele recebidos anteriormente.
A associação da administração de medicamentos – poliquimioterapia, com o controle de infecções e hemorragias, mais o combate de doenças do cérebro e medula espinhal traz excelentes resultados para o paciente e representa uma evolução na cura total da doença.
O transplante de medula óssea pode ser indicado para alguns casos em que o paciente não respondeu bem ao tratamento terapêutico.
Prevenção e hábitos saudáveis
- Não fumar
- Moderar a ingestão de bebidas alcoólicas
- Ter uma dieta balanceada
- Fazer atividades físicas regulares
Prognóstico
Se diagnosticado precocemente, o prognóstico da leucemia é mais favorável. Tudo depende do tipo da doença e o estado de saúde do paciente. Infelizmente, não há cura para alguns tipos deste câncer, como a leucemia linfoide crônica. Apesar disso, a sobrevida dos pacientes tem aumentado consideravelmente diante dos recursos de tratamento disponíveis.
Cerca de um quarto dos novos diagnósticos da doença é de leucemia linfoide crônica, que atinge especialmente adultos mais velhos.