Esôfago
O esôfago é um tubo com cerca de 25 cm de comprimento, que liga a garganta ao estômago, permitindo a passagem do alimento. O câncer de esôfago surge no tecido que reveste internamente o órgão. Há dois tipos da doença:
- Carcinoma epidermoide, escamosa ou espinocelular (CEC): atinge 90% dos casos e é mais comum nos negros. Está relacionado ao uso de tabaco e consumo de álcool.
- Adenocarcinoma: é mais comum nos brancos. Está associado à esofagite (inflamação crônica do esôfago), esôfago de Barrett (lesão pré-maligna), fumo e obesidade.
Sintomas
Em sua fase inicial, o câncer de esôfago é assintomático. No entanto, com a evolução da doença, podem surgir os seguintes sintomas:
- Dificuldade ou dor ao engolir
- Azia
- Dor atrás do osso esterno, aquele em forma de T, localizado na parte anterior do tórax
- Sensação de obstrução à passagem do alimento
- Náuseas e vômitos
- Rouquidão e tosse
- Perda de apetite
- Perda involuntária de peso, que pode chegar a até 10% do peso corporal
Fatores de risco
- Tabagismo
- Consumo exagerado de bebidas alcóolicas
- Ser homem
- Ter mais de 40 anos
- Obesidade
- Inflamação crônica do órgão
- Refluxo ácido mal controlado
- Lesões cáusticas do esôfago
- Anemia por deficiência de ferro
- Infecção por HPV – papilomavírus humano
- Histórico pessoal de câncer de cabeça e de pescoço
Prevenção e hábitos saudáveis
- Não fumar
- Moderar a ingestão de bebidas alcoólicas
- Ter uma dieta balanceada
- Fazer atividades físicas regulares
Detecção
O câncer de esôfago pode ser descoberto através de radiografia com uso de contraste. Contudo, o diagnóstico é mais frequentemente realizado através de uma endoscopia digestiva. Esse exame consiste da passagem, pela boca, de um tubo que contém uma microcâmera. O tubo passa pela garganta e segue até o esôfago, permitindo a avaliação visual direta da lesão e a realização de biópsia.
Como em outros tipos de tumor, o diagnóstico do câncer esofágico é baseado no exame anatomopatológico, a partir de um fragmento de tecido obtido por biópsia durante a endoscopia. Após a confirmação da presença do tumor, é necessária a realização de exames para avaliar a extensão dele, ou seja, o estadiamento da doença. Esses exames geralmente incluem a tomografia computadorizada de tórax e de abdômen. Podem ainda ser realizadas a broncoscopia e a ultrassonografia endoscópica.
Tratamento
O tratamento do câncer de esôfago pode ser feito de três formas, combinadas ou não entre si: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. O médico avalia cada caso.
A cirurgia é, normalmente, a escolha mais indicada. O procedimento cirúrgico pode remover apenas o tumor, quando ele é pequeno e em estágio inicial; ou pode remover parte do esôfago, quando há metástase e a doença já se alastrou por outras estruturas. Em casos mais graves pode ser necessária a retirada de uma pequena parte superior do estômago.
A quimioterapia e/ou radioterapia podem ser combinadas com a cirurgia em duas situações:
- Neoadjuvante: antes da operação, para reduzir o tamanho do tumor e facilitar o procedimento.
- Adjuvante: depois da cirurgia, para diminuir a chance de que a doença apareça novamente.
Há casos em que a cirurgia não é indicada e o tratamento é feito unicamente com a quimioterapia e a radioterapia.
Prognóstico
O câncer de esôfago tem alta taxa de letalidade, mas as chances de cura são grandes se diagnosticado precocemente.
Cerca de 80% dos casos diagnosticados de câncer de esôfago no Brasil são de homens e 20% são de mulheres.